Um novo site para o design português saber quem é e onde está – Público

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Criado no âmbito do Ano do Design Português, o novo directório viverá para além do final da iniciativa. Fórum, espaço de curadoria, um mapa do território dos designers portugueses
O novo site designportuguês.pt, nascido esta sexta-feira no âmbito do Ano do Design Português (ADP), tem uma vocação ontológica. “’Quem faz o quê’ é uma das coisas mais importantes a fazer no design português”, diz Guta Moura Guedes, comissária do ADP, a quem o investigador José Bártolo acrescenta um tom de urgência – a página web quer ser “a plataforma de referência na cultura do design em Portugal para sabermos quem somos, o que fazemos, onde estamos”. Um directório-mapa, mas também um espaço para ensaio, crítica e até curadoria.
Bártolo, coordenador global do site, lembra então essa urgência originada pela extinção do Centro Português de Design em Maio de 2013. “Deixou-nos órfão de uma organização tutelar que chegou a ter, do ponto de vista do mapeamento, um trabalho actualizado e bem feito. É urgente ser actualizado e adaptado a uma realidade em que o design português não é só feito em Portugal”, diz ao PÚBLICO o professor coordenador na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos (ESAD). Ainda assim, o site que colige também a programação do ADP nasce seis meses depois do previsto, 1 de Julho, e acompanhado pela novidade de que o ADP afinal se estende até 30 de Setembro de 2015 e não termina, como fora anunciado na apresentação da iniciativa, em Maio do próximo ano.
Algum “optimismo” na abordagem do projecto do site, uma das peças-chave de um Ano com 200 mil euros de orçamento e que a comissária quis afastar do “formato das exposições” e entrar na “produção de projecto”, levou a que esta compilação demorasse mais do que o previsto, explica Guta Moura Guedes. Agora, há site concebido e desenvolvido em parceria com a ESAD e revela-se a imagem-logotipo do ADP. Da autoria de Pedro Falcão, design português escreve-se D/Pt e declina-se em vários formatos para este ano dedicado ao design organizado pelas tutelas da Economia e da Cultura, para depois ser “um selo”, descreve a comissária, para identificar o design made in Portugal após o fim do ADP.
Bilingue, nascerá com cerca de 40 entradas preenchidas no directório e com a porta aberta para as empresas, ateliers, freelancers ou instituições poderem inscrever-se autonomamente e fazê-lo crescer. “O objectivo foi criar uma plataforma que pudesse ter um tempo de existência que se prolonga muito para além de Setembro de 2015 e que aproveitasse a ocasião para criar esta estrutura web que reúne conteúdos que não estão produzidos sobre o design português”, explica Bártolo, que com Moura Guedes põe a tónica na reflexão.
Guta Moura Guedes quer que as lacunas que o site venha a colmatar sejam também pretexto para pensar na “dispersão” de dados, na existência duas associações profissionais, na ausência de uma Ordem, na falta do CPD. Por outro lado, diz José Bártolo, “queremos que o site seja um fórum, mobilizando mais vozes” para continuar a discussão sobre a profissão não só através da publicação de ensaio, mas da crítica ou da curadoria online de e para qualquer parte do mundo. “Não é mais um blogue, mais uma rede social, queremos que seja muito participado.”
O site servirá também de interface para a atribuição dos prémios nacionais de design Daciano da Costa e Sebastião Rodrigues, ressuscitados do CPD e já anunciados em Maio deste ano, mas haverá ainda um terceiro galardão com o nome do importante designer de interiores Pádua Ramos – a coordenação deste processo que se inicia em Janeiro de 2015 cabe à Direcção-Geral das Artes. Os projectos do ADP começarão a mover-se no terreno a partir do início de 2015, diz Guta Moura Guedes sobre o livro e a app Design Portugal/Portugal by Design coordenado por Jorge Silva e sobre intervenções na área da sinalética e equipamento urbano na Ericeira, por exemplo.
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