37% dos 6,15 mil milhões de euros que os portugueses gastaram online no ano passado dizem respeito a artigos de vestuário e moda, de acordo com um estudo da Deloitte, que aponta para que o comércio eletrónico no nosso país fique perto de 9,7 mil milhões de euros em 2025.
O estudo “E-Commerce & Last Mile 2023”, realizado pela Deloitte em parceria com a Associação Portuguesa de Logística (APLOG), refere que houve «um crescimento estrutural das compras online», estimando que o mercado nacional «valorize nos 7,13 mil milhões de euros até ao final de 2023 e que atinja os 9,68 mil milhões de euros até 2025».
A pandemia acabou por dar um impulso relevante ao comércio eletrónico, com o estudo a indicar que «veio incentivar e por vezes forçar o aparecimento de novas lojas online, assim como a otimização da subsequente componente last mile e logística».
«A pandemia evidenciou o papel crítico que o comércio digital desempenha – e continuará a desempenhar – nas nossas vidas. Em resposta às restrições impostas durante este difícil período, as vendas online registaram um aumento sem precedentes, forçando a aceleração da aposta no canal de commerce, desafiando e antecipando significativamente todos os planos previamente delineados», escreve Pedro Sousa Pinto, partner consulting customer & marketing da Deloitte.
Ainda assim, destaca a Deloitte, apenas 62% das empresas em Portugal têm presença online (website e redes sociais) e «o número de empresas que utiliza o canal de venda online é mais reduzido – apenas 16%».
«Com o regresso da normalidade e a reabertura em massa das lojas físicas, este canal encontra-se, assim, perante um importante e decisivo período de estabilização. O foco das empresas deverá agora, por isso, centrar-se no aprimoramento dos esforços tecnológicos que têm vindo a ser desenvolvidos, garantindo uma experiência digital não somente funcional, mas, acima de tudo, personalizada e diferenciadora», acrescenta Pedro Sousa Pinto.
Mais consumidores online
O número de consumidores que comprou online registou «um ligeiro crescimento em 2022», descreve o estudo, com cerca de 53,4% dos utilizadores de internet a terem usado o comércio eletrónico, o que representa um aumento de seis pontos percentuais em relação ao período pré-pandémico (2019). «Prevê-se uma tendência de crescimento deste número nos próximos anos, estimando-se que em 2025 suba para os 56,8%», aponta.
O vestuário e moda é a categoria mais relevante nas compras online em Portugal, com uma quota de 37%, seguida da eletrónica (24%) e beleza, higiene e personal & household care (13%).
As compras foram feitas principalmente em grandes marketplaces, seguidos de lojas próprias e marketplaces de artigos em segunda-mão.
A conveniência foi apontada como a principal vantagem de fazer compras online, seguida da disponibilidade e variedade de produtos.
A maioria dos consumidores inquiridos (71%) afirmou que voltaria a comprar numa loja online e 64% «assume a intenção de aumentar o número de compras que realiza online, tendo por base experiências anteriores».
«Com o regresso à normalidade, deparamo-nos atualmente com uma fase de consolidação do comércio digital, onde a aposta tem passado por refinar os processos desenvolvidos em resposta ao brutal crescimento do canal online durante o período pandémico. No entanto, as empresas devem manter um foco na inovação e na adaptação às novas e exigentes necessidades do consumidor e às, também novas, possibilidades tecnológicas disponíveis, nomeadamente inteligência artificial, realidade virtual e aumentada e plataformas digitais e sociais», escreve Filipe Melo de Sampaio, partner consulting customer & marketing da Deloitte, nas conclusões do estudo.
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