Olá, pessoas!
Voltando a escrever aqui no blog após alguns meses de afastamento em dedicação a um novo projeto pessoal. Feliz em estar voltando a escrever aos poucos por aqui.
Sem perca de tempo, o artigo de hoje tem intenção de trazer um pouco da discussão sobre o papel de nós, designers e criativos, na sociedade. Será que temos que pensar apenas em fazer um trabalho bem feito? Será que é conseguir novos clientes e desafios profissionais? O que podemos fazer para tornar a sociedade melhor?
Imagem: Fotolia da Adobe
“Design social é uma área que se preocupa com o papel do designer e a sua responsabilidade na sociedade; além do uso do processo de design para trazer uma mudança social” – Wikipédia.
Aprendemos que os cursos de design nos ensinam a passar por metodologias e etapas para desenvolver artefatos. A diferença do design social é que aplicamos essas metodologias para gerar melhorias na vida das pessoas.
“Designers e profissionais de criação têm uma responsabilidade e são capazes de provocar mudanças reais no mundo, através de um bom design.” Victor Papanek
Dessa forma, intervir positivamente em como as pessoas fazem determinadas atividades, faz com que trabalhemos afim de resolver problemas – uma das maiores finalidades do design.
Projeto open-sourced da designer Gabriele Diamanti que transforma água salgada em água doce e foi projetado para pessoas em países em desenvolvimento. Produz até 5 litros/dia. Do que ele precisa? Apenas do Sol que, ao que tudo indica, continuará por lá.
Confira mais informações sobre esse projeto aqui.
O estudante de design Hikaru Imamura criou um kit básico para vítimas de desastres naturais. O kit conta com uma bacia de metal, um manual sobre como transformar o tonel em fogão à lenha, pacotes de arroz desidratado, garrafas de água, utensílios, luvas de trabalho, toalhas e 200 porções de comida pré-cozida. Além disso, a própria embalagem de madeira pode ser usada como lenha para produzir calor.
Cada tambor possui comida e água suficiente para manter 30 pessoas por 2 dias, tempo de espera estimado de que a ajuda humanitária/governamental precisaria para chegar até áreas de difícil acesso.
Confira mais informações sobre esse projeto aqui.
Não tenho certeza, mas acredito que esses projetos passem por algum tipo de incentivo do governo ou de financiamento coletivo para poderem serem mantidos. Não tenho informação se os designers recebem algo por isso, mas acredito que não.
Vou deixar um link no fim do artigo com outros projetos sociais extremamente interessantes para vocês conferirem depois.
Essa primeira parte foi apenas para introduzir o design social para quem não conhecia. Pra quem estiver nas graduações da vida, a maioria dos cursos tem essa cadeira para pagar. Vai abrir a mente de vocês.
Eu acredito que toda profissão deveria ter o seu valor social. Médicos já fazem muitos atendimentos de graça para populações mais carentes. Professores já são por natureza grandes responsáveis sociais. Mas, como um jornalista, por exemplo, poderia contribuir socialmente além do que eles já fazem? Talvez com aulas de escrita e leituras para jovens e adultos que não estudam/estudaram por algum motivo. Apenas uma ideia, mas acho que dá pra entender o meu ponto de que toda profissão pode ajudar com suas características próprias.
Todos nós devemos contribuir para que o mundo seja melhor de alguma forma!
Cada profissão deveria desenvolver e estimular isso, pelo menos em minha opinião.
Talvez você possa estar pensando que nos exemplos citados acima, designers de produtos desenvolveram os artefatos e você é um designer gráfico/digital. Como projetos digitais poderiam influenciar uma sociedade melhor?
Fácil, através do seu talento. Não é difícil encontrar ONG’s, Instituições de ensino e outros órgãos que não tem como pagar profissionais para desenvolverem sua comunicação, é exatamente aí que você pode se encaixar.
Existe muita coisa por ai que precisa da visão de um designer. Um dos projetos que posso indicar aqui é o Adote um Briefing – projeto colaborativo onde criativos podem ajudar instituições carentes com trabalhos gráficos voluntários. Eu fiz um curto vídeo para essa campanha na página do meu estúdio. Vou compartilhar ele aqui pra vocês conferirem e o link do post para um entendimento maior.
Link do post >> http://bit.ly/2CEhJ7k
Outra alternativa é participar de ONG’s e Redes de Voluntariado. Eu participo da Rede Fazer o Bem – uma rede de voluntariado de Recife – a quase 3 anos. Lá, fiquei com difícil missão de Diretor de Criação, coordenando o desenvolvimento visual das ações, campanhas, mídias digitais e impressas. É um trabalho difícil e exigente, mas vale a pena! Vale de verdade! Ver que crianças, idosos e pessoas necessitadas foram impactadas através de algo que você produziu é realmente satisfatório.
Como toda a comunicação que fazemos lá é pela internet, exige uma quantidade grande de demanda para fazer. Por isso, contamos com uma equipe com 5 designers, uma jornalista, um desenvolvedor e 2 sociais mídias. Em conjunto, desenvolvemos todo o planejamento das ações anuais. É complicado, as vezes as ideias não batem, a distância atrapalha um pouco (já que é tudo remoto), mas é gratificante. E não, nenhum de nós ganha nada para isso.
A captação de voluntários, a troca de informações e o contato com o público é feito através dessa mídia e as coisas vem funcionando bem. Já temos mais de 200 voluntários presentes e mais de 7000 seguidores apenas com esse trabalho digital. Tá vendo que funciona?
Vou colocar algumas imagens das ações que já realizamos para vocês conferirem também.
Inclusive, se algum profissional da área de comunicação quiser participar, comenta aqui esse post que vamos trocando ideia. Tem espaço pra todo mundo. 😀
A ideia aqui é mostrar que podemos fazer mais do que fazemos. Design é negócio; aprendemos a agregar valor com nossos trabalhos, sabemos o valor que o design tem para as empresas, mas também temos essa veia social.
Precisamos pensar além do valor financeiro, precisamos pensar nas pessoas, pois o design é para as pessoas, para desenvolver soluções que agreguem valor para a vida. Nem sempre o dinheiro é importante. Nem sempre!
Se você mora em cidades mais distantes de ONG’s e instituições, pense em como o design pode mudar a vida das pessoas da sua cidade. Tenho certeza que alguma coisa você pode fazer para elas. Pesquise!
Eu, por exemplo, tenho um projeto chamado OFICINA DE QUADRINHOS, onde levo a relação do design com os quadrinhos para escolas públicas. É basicamente uma tarde de oficinas apresentando o design e os processos da criação de HQ’s como forma de influência para a leitura. Lá, criamos histórias em quadrinhos do zero com toda a turma participando, brincamos, fazemos sorteios e existe um grande aprendizado.
Acredito que os quadrinhos podem ajudar crianças a se educarem melhor, a estimular o hábito de ler. Fui em duas escolas na cidade de Carpina/PE (cidade que nasci) para promover o projeto o ano passado. Pretendo aumentar esse ano. Vou colocar umas fotos da última edição que fiz.
Eu não ganho nada. Apenas a satisfação de saber que estou contribuindo positivamente para a vida desses jovens. E tá gerando resultado! Os professores já conversaram comigo falando que muitos dos alunos já estão comprando HQ’s e lendo com mais frequência. Isso me deixa realmente feliz.
https://www.youtube.com/watch?v=sjGiZRw9Uzo
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Você só precisa querer e nada mais que isso. Utilize seus talentos para algum bem maior. Cresça na profissão, faça clientes, feche negócios, mas tenha essa veia no design social. Temos essa função também.
Então, como designers, somos responsáveis por melhorar o mundo onde vivemos. Seja com o design gráfico/digital, design de moda, design de produto, design vernacular… com o que der. Vamos pensar nas necessidades dos outros? O que pode ser feito?
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Que esse artigo possa despertar você para novas possibilidades no mundo da comunicação. Espero que possamos criar uma comunidade forte de design, com um inestimável valor social agregado.
Tem algo a complementar? Alguma opinião pra trocar? Fala aí nos comentários e vamos trocar ideias.
Abraços!
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Links de apoio para esse artigo:
– https://designculture.com.br/por-que-design-social-2
– http://www.designbrasil.org.br/design-em-pauta/5-bons-exemplos-de-design-social/
– https://pt.wikipedia.org/wiki/Design_social
Cristão. HQs, cinema, arte, música, inovação, tecnologia, Batman e design são minhas paixões. Bacharel em Design pela UFPE, atuo como head da Coala Brand Web, colaboro como Front na ZMAXIMUS – com expertises em brand, web marketing digital e mais um monte de outras coisitas. Aqui no blog irei abordar assuntos referentes as áreas de design, negócios, tecnologia e a relação dos designers com o mundo. Tomo muito café e só uso All Star’s velhos.
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