Luísa Barwinski
Se voltarmos dez anos no tempo só para analisarmos como um site de internet se parecia, encontraríamos algo bastante rudimentar em comparação ao que temos hoje. Interfaces constituídas por frames, hiperlinks mantidos em azul, botões e gifs animados – que atualmente renderiam motivos para não voltar mais àquela página. Entretanto, resumir a atuação do webdesigner a apenas deixar interfaces bonitas e saber trabalhar com softwares gráficos é eliminar uma série de estudos (indispensáveis) na formação de um bom profissional.
Entretanto, antes de chegarmos ao webdesign propriamente dito, é preciso saber que esta profissão é um dos braços do design aprendido nas faculdades. Por isso, é importante ter em mente que ser um bom designer pouco tem a ver com saber aplicar filtros de Photoshop com maestria, tampouco criar formas e layouts a esmo. Se você deseja trabalhar como webdesigner, precisa saber que a faculdade envolve três grandes áreas: o design gráfico, design de produto e design de moda.
O que é o webdesign?
Dessa maneira, pode-se encaixar o webdesign dentro do design gráfico, uma vez que trabalha com a criação de projetos e desenvolvimento de interfaces gráficas de acordo com um briefing passado pelo cliente. De maneira geral, o webdesigner deve estar preparado para criar projetos, layouts, banners e até mesmo alguns scripts e ajustes na estrutura do produto web no qual ele estiver trabalhando.
O trabalho do webdesigner não se resume a criar apenas as interfaces. Muitos deles podem desenvolver aplicações web, afinal, muito do webdesign passa por linguagens de marcação e programação. Entretanto, é importante não confundir as atribuições desses profissionais com as dos desenvolvedores web. Os webdesigners têm como maior preocupação desenvolver uma interface sólida que garanta o perfeito entendimento do conteúdo e a qualidade de navegação. Os focos são bastante diferenciados, porém nada impede ambos de acumularem as funções.
Quais programas eles usam?
Para ser um bom webdesigner você precisa saber linguagens de marcação como HTML, XML, XHTML, linguagens de folhas de estilo (CSS, XSL), assim como algumas formas de script como JavaScript, PHP e ASP. Não é necessário saber as essências dessas linguagens, porém é bom tê-las bem trabalhadas para casos em que o projeto envolva fazer alterações estruturais em templates e outros usos. Já que haverá a necessidade de saber usar PHP e ASP, é importante saber como trabalhar com bancos de dados MySQL e PostgreSQL.
Em termos de software, o webdesigner irá utilizar técnicas do design aplicadas em softwares como o Adobe Photoshop, Illustrator e Fireworks para gerar imagens; Adobe Dreamweaver para trabalhar com CSS e linguagens de marcação; e Corel Draw para trabalhar com imagens em vetor. Esses programas oferecem precisão e facilidade para a compreensão de ferramentas, filtros e controles que garantem um bom aproveitamento da técnica aprendida na faculdade. Contudo, existem alternativas gratuitas aos editores de imagem, como por exemplo o GIMP. Alguns sites exigem animações interativas; para isso, o Adobe Flash é uma das ferramentas chave!
Entretanto, ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, o webdesigner é um dos profissionais que mais precisa estar atualizado. O mercado de trabalho para estes especialistas é abrangente e requer estudo das teorias de cores, formas, além de noções de fotografia, história da arte e até mesmo marketing. Afinal é preciso conhecer muito bem o público que irá acessar aquele site ou aplicativo para poder adequar o design para as características que agrada a eles.
Áreas de atuação
As áreas de atuação são bastante variadas. Basta que a empresa possua um setor de web para que esse profissional seja requisitado. Além disso, o webdesigner pode atuar como profissional autônomo ou freelancer, de modo que seus projetos serão independentes de uma empresa, porém dependem da vontade dos clientes. Dessa forma, o projeto de webdesign passa pelas seguintes etapas:
Todos esses pontos estão interligados de uma maneira bastante forte. Inicialmente é fundamental levantar todas as informações inerentes ao público-alvo e as diretrizes de comunicação que melhor o atendem. Em seguida é definida a estrutura do site e as tecnologias que serão empregadas para viabilizar o desenvolvimento do projeto. Um dos aspectos a ser considerado é que, por ser uma mídia em constante mudança, a web exige especial atenção no que se refere a resolução, navegadores e padrões de linguagem.
Segue-se então a etapa de criação da interface, montagem dos HTMLs, folhas de estilo e demais recursos, seguida pela fase da implementação do projeto e execução de testes. Assim, se você quer ser webdesigner, deve saber que é preciso trabalhar com um resumo daquilo que o projeto deverá conter. A partir daí, é preciso fazer uma série de análises, testes e estudos a respeito das cores utilizadas, fontes, formas e vários outros aspectos.
Essa dedicação se faz bastante necessária nos últimos tempos, afinal as convergências tecnológicas vêm exigindo uma flexibilidade tanto das linguagens de programação, quanto da interface que acompanha este sistema. Por isso, depois de ter analisado o mercado e observado que as palavras de ordem são flexibilidade, disposição e conhecimento é possível fazer quase qualquer tipo de trabalho para o qual você seja designado. De nada adianta pensar em plataformas e não aplicar formas de torná-las integradas e participativas.
Como está o mercado de trabalho?
Atualmente, o webdesigner deve saber atuar em meios bastante variados, afinal em pouco tempo a internet deixará de ser exclusividade de computadores. A entrada de smartphones no mercado fez com que o usuário tenha a web próxima a ele não importa onde esteja. Dessa mesma forma, o webdesigner deverá ser um profissional pronto para aprender novas linguagens e absorver novas tendências. Do contrário, o estilo e as criações ficam obsoletos, afastando este profissional do mercado. Por isso, a adaptação às várias mídias é praticamente a nova lei aos webdesigners.
Em termos de rotina de trabalho, a demanda depende bastante do lugar em que o webdesigner trabalha. Porém, o mercado tem sido ameaçado pelo que os designers chamam de “sobrinhos”. Esses “sobrinhos” nada mais são do que um usuário que até possui alguns conhecimentos de utilização de software e que começam a fazer sites para amigos e familiares. Mais tarde eles passam a fazer parte de uma parcela “não especializada”, que consegue roubar clientes dos designers profissionais por oferecerem um preço menor.
Contudo, a prática dos amadores fica em um nível em que o cliente também não exige um produto exatamente profissional. Mas ainda assim os “sobrinhos” são concorrentes. Porém, quando se trata de empregos em agências multidisciplinares – que abordam a comunicação de uma maneira completa com especialistas em web, rádio, televisão, redação e marketing – os webdesigners têm um bom momento para conseguir um lugar ao sol.
A média nacional de salários pagos a webdesigners fica em torno de R$ 1.100,00 para um webdesigner pleno. Os valores pagos a um profissional nível “master” pode chegar a R$ 1.417,00, de acordo com o Banco Nacional de Empregos. Contudo, dependendo do projeto a ser realizado, o profissional pode chegar a receber mais que o dobro desses valores, caso o cliente peça interfaces elaboradas e vários recursos. Por isso, sempre existe a alternativa de trabalhar de maneira independente, com projetos isolados.
Se você deseja se tornar um webdesigner, já tem algumas dicas de como atuar no mercado e, principalmente, a informação de que não basta apenas saber como operar os softwares. É preciso ter muito estudo e basear-se em fundamentos como cores, texturas, ponto e linha, coisa que os “sobrinhos” normalmente não têm. Por isso, se você quer se tornar um webdesigner, é importante ter a formação exigida.
Fique ligado para mais dicas sobre as profissões ligadas à internet e à tecnologia!
Até a próxima!
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