Aimee Song (Foto: Bárbara Tavares)
Aimee Song poderia ser a sua melhor amiga. Americana de pais coreanos, a blogueira de moda sofria bullying na escola por levar comida asiática para lanchar no recreio, “tive que pedir para minha mãe trocar por sanduíches de pasta de amendoim com geleia, que eu odiava, mas queria me encaixar”; fez faculdade de arquitetura, trabalhou em um escritório de design de interiores – daí vem o tema do blog – e adora compartilhar um #lookdodia.
“Eu sempre amei moda por ser um meio de expressão e comecei a postar fotos das minhas roupas no Facebook e MySpace.” Até que, um dia, os cliques migraram para o seu blog – ainda que não fosse de moda – e as reações foram superpositivas. “Em 2008, tudo era novo. As pessoas achavam muito cool ter essa plataforma para se informar sobre moda de um jeito diferente e o site foi crescendo.”
Quando surgiu o Instagram, em 2010, a audiência se multiplicou e globalizou – o Brasil é o segundo país na lista de seguidores da blogueira – e foi então que o hobby virou trabalho. “No início, nenhuma marca me pagava. Elas me davam roupas, ou faziam parecer que o prestígio de fazer uma campanha com alguém tão importante era salário suficiente.”
Até que uma marca americana de relógios a chamou para um shooting e pediram seus documentos fiscais. “Eu perguntei: ‘por que vocês precisam saber isso?’ e eles responderam: ‘para pagar!’ Foi quando eu percebi que eu estava cedendo meu tempo, minha imagem, fazendo meu próprio styling e divulgando o resultado na minha plataforma. Só aí entendi o meu valor e importância da mulher se impor.” Deste evento em diante, Aimee sempre exigiu pagamento pelo seu trabalho e revela: “muitas marcas falaram ‘não’.”
Mesmo com a resistência do mercado no começo da carreira, ela enaltece a importância que o trabalho de blogueira ganhou ao longo dos anos: “Na adolescência, eu nunca tinha visto uma garota como eu nas revistas. Nem sabia que asiáticas podiam trabalhar com moda. Nós somos mulheres reais, trazemos diversidade para esse ramo.” E isso reflete nas suas seguidoras, Aimee se comunica muito com negras, hispânicas, asiáticas e latino-americanas. Hoje, o @songofstyle tem 5 milhões de seguidores.
Falando em mulheres, ela é enfática sobre a sororidade no mundo das influencers de moda. “Todo mundo se beneficia quando ajudam uns aos outros. Ninguém chegou onde está sem a forcinha de alguém lá atrás. Então sim, as meninas são legais e amigas de verdade. Se alguém não for, provavelmente é uma pessoa nova que ainda não se tocou que essa atitude de ‘mean girl’ não cola mais. Até porque, não é fácil! Eu passo apenas 65 dias do ano na minha casa, no restante estou fora à trabalho.” E, por isso, ela faz questão de não propagar a ideia de uma “vida perfeita”.
Tem vontade de embarcar nesse ramo? Vai fundo! Aimee garante que tem espaço para novos integrantes. “O mundo é tão grande e a todo momento surgem marcas diferentes querendo se comunicar com pessoas diferentes. Então, quanto mais representatividade, melhor.”
Curiosa para saber como chegar nesse patamar de sucesso? Aimee dá três dicas valiosas. Confira abaixo:
1. Saiba o seu próprio valor. “Para nós, mulheres, é muito fácil se intimidar e não se impor. Mas se você souber dizer o que seu trabalho significa e como certos resultados não seriam possíveis sem você, fica mais fácil de exigir os seus direitos, pois as pessoas saberão o seu valor.
2. Seja autêntica. “Tentar copiar alguém que está fazendo sucesso não dá certo. Eu passei anos tentando não parecer asiática e não adianta. Todo mundo está vendo quem eu sou. Abrace sua diversidade, é tão legal! O mercado precisa disso.”
3. Não fique obsessiva por ganhar seguidores. “Se você focar em fazer um trabalho que tem a sua cara, eventualmente você vai achar o seu grupo de pessoas.”
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