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Arquivo, Novo, 1600px de largura, 72 dpi. Tela branca a postos. A mais nova obra de arte está para nascer.
Alinhamentos impecáveis, tipografia escolhida a dedo, pixels brilhando na tela do Mac. O designer digital de 2013 trata sua obra como um pintor renascentista tratava seu óleo sobre tela. O resultado final é uma obra de arte, um pôster, digno de imprimir e pendurar na parede da sala ou do portfolio.
Ainda me surpreendo quando vejo times de Design gastando a maior parte das horas de um projeto montando layouts no Photoshop. O layout é só 10% do trabalho. É claro que essa etapa tem um valor importante para o projeto, que é definir a direção de arte do produto e a visão sobre a estética do mesmo. Mas interfaces são inerentemente interativas, e não estáticas. E elas só ganham vida a partir do momento em que passam a responder aos comandos dos usuários.
Por que você está começando a desenhar a tela nessa resolução se a maior parte das pessoas vai acessar o site pelo celular? Como essa interface se comporta em diferentes resoluções de tela? Como funciona a interação? Quais elementos ficam fixos quando o usuário desce a rolagem da tela? Quando eles ficam fixos, qual aspecto eles assumem e quais informações são mostradas? E se essa lista que você desenhou com dez itens tiver zero itens? E se tiver apenas um? E se tiver duzentos e quarenta e três? E esse contraste, você já testou em um monitor de gente normal? E se o usuário virar o celular, como você pretende usar o espaço extra de forma inteligente? Você pretende usar paginação ou scroll infinito? Ah é? Por que? E quando o site for traduzido para outro idioma, como o nome do botão vai caber dentro desse espaço?
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Estamos em 2013. Estamos desenhando interações, não apenas interfaces. Estamos trabalhando longas horas por dia para definir como a interface se comporta, e não somente sua aparência. Chega de aplausos quando o psd vira jpg. 90% do trabalho ainda está por vir. Ninguém navega em um layout. Os sites de 2013 são verdadeiros sistemas de design – mas quando o Visual Designer não pensa dessa forma, ele acaba criando layouts estáticos e depois adicionando remendos sobre ele para acomodar as interações necessárias. E isso não funciona mais, infelizmente.
Esses dias li um excelente artigo que fala sobre a Dribbblização do design e sobre como existe uma comunidade inteira de designers no Dribbble aplaudindo o jpg alheio e torcendo para que o design digital seja somente aquilo, uma disciplina rasa.
“‘Looks awesome!’ – that’s how the Dribbble community rewards superficial work. In the last year I’ve reviewed a lot of product design work from job applicants, at Facebook and now at Intercom, and I’ve noticed a worrying pattern. Too many designers are designing to impress their peers rather than address real business problems. This has long been a problem in creative advertising (where creative work is often more aligned with winning awards than with primary client business objectives) and its becoming more prominent in product and interaction design.”
Design é uma equação extenuante entre requisitos de negócios, necessidades dos usuários e boas práticas visuais, e não somente o terceiro. Então não pense que alguém vai conseguir julgar o seu trabalho através de wireframes ou layouts estáticos. E não pense que dá para continuar aplaudindo o jpg dos outros, porque jpg não resolve problemas. Para os sites de 2013, muito pelo contrário.
[via]
Dikiiy / Shutterstock.com
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