Agenda Porto, uma “montra da cidade” em forma de revista, site e app – Público

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Câmara do Porto lança nesta sexta-feira a Agenda Porto, para “agregar a identidade cultural” da cidade e divulgar o que nela acontece, da cultura ao desporto, sem esquecer o entretenimento e o lazer.
A ideia estava na cabeça de Rui Moreira desde a “primeira hora” em que assumiu a presidência da Câmara do Porto. “Sempre me pareceu indispensável que houvesse uma Agenda Porto.” Nos últimos dez anos, no entanto, os projectos apresentados ao município por agentes privados não respondiam exactamente ao que desejava e, internamente, não havia recursos humanos para agarrar o projecto. Nesta sexta-feira, essa vontade ganha forma, com a apresentação da Agenda Porto, uma revista, site e aplicação móvel para mostrar a oferta cultural, desportiva, de entretenimento e de lazer da cidade.
Para o autarca, esta plataforma será importante para “agregar a identidade cultural da cidade” e configura também um “desafio aos agentes culturais e associativos” do Porto. “[A Agenda Porto] só vai ter sucesso se as pessoas aderirem ao projecto”, disse ao PÚBLICO. O projecto é "para quem faz planos… e para quem não faz", divulga o gabinete de comunicação da autarquia. O que fazer ao fim-de-semana ou na sexta-feira à noite, os filmes em cartaz e peças de teatro em cena, as exposições, espectáculos ou competições desportivas vão ser divulgados nesta agenda, que quer contar com os "grandes", como a Casa da Música, Serralves ou a Teatro Nacional de São João, mas ser também uma rampa de lançamento para instituições ou associações mais pequenos.
Com um investimento anual de cem mil euros e uma equipa de três pessoas – um coordenador e mais duas contratadas propositadamente para o projecto –, a Agenda Porto materializa-se num site e aplicação (bilingues) e numa revista “de dobrar e meter no bolso”, gratuita, com uma tiragem inicial de 15 mil exemplares e disponível em cem pontos de distribuição.
As instituições ou associação que queiram divulgar o seu trabalho nesta agenda poderão partilhar esses dados, de forma gratuita, com a equipa formada pelo município. O objectivo do projecto “não é comercial”, destaca o autarca, não escondendo, no entanto, o desejo de ver os grandes agentes investirem em publicidade.
Rui Moreira acredita que a Agenda Porto funcionará como uma “montra da cidade”, divulgando aquilo que acontece no Porto e sendo também um “lugar de partilha de reportagens e artigos que valorizem a cultura e o património da cidade” e apresentem artistas, atletas, objectos, projectos, monumentos ou lugares.
Tendo como público-alvo os habitantes do Porto, a plataforma é também dirigida aos que a visitam e aos que nela estudam ou trabalham. E nesse capítulo, acredita Rui Moreira, há muito para explorar. Um exemplo: no Rivoli, um dos teatros municipais, há pouco público internacional, ainda que a agenda seja, na opinião do autarca, apetecível para eles. “Às vezes contribui para isso o facto de o preço ser muito baixo a nível internacional. Curiosamente, reflecte-se como um contravalor. Temos a possibilidade de ir buscar esse público.”
Nos últimos anos, o Porto teve um “processo de crescimento continuado” a nível cultural. Mas o presidente da câmara, também responsável pela pasta da Cultura, acredita que “ainda há espaço para mais oferta”. O teatro e as artes plásticas, com as galerias, são áreas onde vislumbra maior potencial de crescimento.
Em conversa com os galeristas da cidade, sobretudo concentrados na Rua Miguel Bombarda e adjacentes, Rui Moreira entendeu o diagnóstico: “Os comparadores eram os bancos e as companhias de seguros. Os bancos já não têm dinheiro para comprar arte e as companhias de seguro também já não se dedicam a isso”, diz. O “contributo” da Câmara do Porto para dar “gás” a estes espaços passa pela ajuda na divulgação “mais continuada e menos episódica” do seu trabalho.
Nesta sexta-feira, às 21h00, a Agenda Porto é oficialmente apresentada no grande auditório do Teatro Rivoli, com um concerto de Bruno Pernadas e uma festa com a DJ australiana CC:DISCO!. A entrada é livre, mas sujeita à lotação dos espaços, podendo os bilhetes (máximo de dois por pessoa) ser levantados no Rivoli a partir das 11h00.
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