Apesar das proporções terem permanecido as mesmas, o design automotivo evoluiu muito nos últimos 40 anos. A década de 1970 e meados de 1980 simbolizou a era dos veículos quadrados, principalmente nos Estados Unidos. Porém, na virada para os anos 1990, as formas angulares deram lugar a linhas arredondadas e cheias de curvas — mais próximo do que é visto atualmente.
Segundo o site Vox, três fatores foram fundamentais para a drástica mudança nas formas dos veículos. São eles: as tendências de estilo europeu, o foco na economia de combustível permitida pela melhor aerodinâmica e a chegada de novas tecnologias que proporcionaram que os fabricantes projetassem e criassem mais facilmente formas curvas.
Embora houvesse o domínio de carros “quadradões” nos Estados Unidos, a ideia de um modelo curvilíneo não era nenhuma novidade, pois modelos da década de 1930, a exemplo do Chrysler Airflow, tinham um design feito para diminuir a resistência ao vento.
Modelos americanos com linhas curvas predominaram até o final da década de 1960, com o mercado após a década de 1970 sendo quase todo formado por veículos cheios de arestas, cada vez maiores e quadrados.
Na Europa era o inverso, pois a atenção ao arrasto aerodinâmico (e consequente foco na economia de combustível) era mais levada em consideração — justamente por conta do preço da gasolina ser mais caro que nos EUA. Nos anos 1960 e 1970, fabricantes de luxo como Porsche, Audi, BMW, Mercedes-Benz foram uns dos precursores a reimplantar o design com linhas curvas.
Dessa forma, as carrocerias arredondadas tornaram-se sinônimos de luxo tanto na Europa quanto nos EUA — onde esses carros chegaram como importados. Segundo David Gartman, autor do livro Auto Opium: A Social History of American Automobile Design, “montadoras americanas começaram a copiar a estética aerodinâmica europeia em meados da década de 1980 como uma forma de cortejar os consumidores de luxo.”.
O maior exemplo foi a Ford, que começou a trocar o desenho de arestas por formas curvilíneas nos automóveis de volume, a exemplo do Ford Sierra de 1982, que tinha linhas bem esguias para sua época. Ele não foi nenhum sucesso de público, mas posteriormente o consumidor se acostumou à novidade — copiada por outras marcas depois.
Contudo, em 1986 veio o novo Taurus, com seu estilo futurista para época e participação até no clássico filme Robocop, ajudando a alçar seu sucesso. O Buick LeSabre também ilustra bem a troca de visual no modelo 1986 (quadrado) para o 1992 (redondo).
A economia de combustível também foi um dos principais motivos para os carros aderirem às formas mais suaves: em geral, para-brisas mais inclinados e superfícies mais curvas propiciam menor resistência ao vento. Ou seja, menos gasolina é queimada para movimentar o carro na mesma distância e velocidade do que um modelo quadrado.
Por último, o desenvolvimento da tecnologia facilitou a criação de designs mais ousados. Antes disso, os projetistas desenvolviam novos veículos usando argila, madeira e outros materiais físicos. No período da década de 1980, houve o advento do computador, que permitiu a modelagem 3D das formas da carroceria através de softwares.
As tecnologias de fabricação de peças também barateou e facilitou a produção de novas chapas de metal curvas. Consequentemente, a partir da década de 1990 os novos carros ganharam fluidez, deixando o quadrado no passado.
Atualmente, há modelos que ressuscitaram as linhas retilíneas, mas sempre acompanhadas de quinas arredondadas para priorizar a economia de combustível e, principalmente, a segurança (em relação ao pedestre para evitar maiores danos em caso de atropelamento).
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